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António Pedro Santos - Fotojornalista, storyteller, formador

António Pedro Santos

Fotojornalista, storyteller, formador

António Pedro Santos, fotojornalista freelancer, especializado em retrato e reportagens de eventos, já trabalhou em vários jornais como A Bola, Correio da Manhã, Sol, além de já ter colaborado com várias publicações nacionais e estrangeiras.

Entre 2011 e 2015, foi editor de Fotografia do Jornal i, desafio que considera ter sido “apaixonante e inesquecível”. Actualmente tem uma colaboração regular na agência Lusa. Fascinado pela arte de contar histórias, lecciona, como formador, cursos de Edição Fotográfica, Storytelling, Fotojornalismo, Iluminação de Retrato, Fotografia de Rua e de Viagens, pelo prazer de partilhar as suas experiências e conhecimentos.

Licenciado em Ciências da Comunicação pela UAL e finalista do Curso Avançado de Fotografia do IPF, António Pedro Santos é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. O António tem um percurso profissional muito vasto. Como e quando surgiu a paixão pela Fotografia? Pode falar-nos um pouco sobre a sua jornada e sobre a sua experiência profissional?

Sempre soube que o meu futuro profissional passaria pela informação. Desde cedo me interessei pelo mundo do jornalismo. Curiosamente, até aos 21 anos, sentia que a minha vocação era o jornalismo escrito e não o fotojornalismo, mas uma exposição no Instituto Português de Fotografia trocou-me as voltas. Graças a ela, acabei por me inscrever no curso básico de três meses e depois no avançado de dois anos, em simultâneo com a licenciatura em Ciências da Comunicação.

A partir daí, o meu percurso esteve ligado a vários jornais como A Bola, Correio da Manhã, Sol e i, sempre como fotojornalista.

Neste momento sou freelancer, com uma colaboração regular com a agência Lusa.

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2. O que é, para si, uma boa fotografia?

Como dizia o fotógrafo americano Ansel Adams, uma das minhas maiores referências na Fotografia, “não fazemos uma foto apenas com uma câmara; no acto de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos e as pessoas que amamos”. E isso não se aprende, nem se compra, é inato.

Para além do factor criativo, a educação e a sensibilidade fazem toda a diferença. É isto que faz uma boa fotografia. Fotografar é o reflexo de tudo o que somos.

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3. Como é que a lente do fotojornalismo vive os dias actuais?

Infelizmente, em Portugal, tem havido um grande desinvestimento no fotojornalismo ao longo dos últimos anos. Há uns 10/15 anos, numa conferência de imprensa importante, havia sempre um fotojornalista do Público, do Diário de Notícias, do Expresso, do Correio da Manhã, do Sol, para além de outros mais pequenos e das agências noticiosas. Hoje em dia, quando vamos fotografar algo do género para a agência Lusa, por norma somos os únicos presentes.

Dou-lhe um exemplo mais concreto: nessa altura, a equipa de Fotografia do Público, em Lisboa, era constituída por 12 fotojornalistas. Hoje são quatro. A grande maioria dos meus colegas teve de se reinventar, de procurar alternativas. Estou convencido que quem perde são os leitores.

Fotografar é o reflexo de tudo o que somos.
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4. Diz ser também apaixonado pelo storytelling. O que o atrai nesta área e como é que recorre à mesma no dia-a-dia?

Adoro contar histórias através da Fotografia, até porque todos sabemos que há imagens que valem mais do que mil palavras. Não é preciso irmos ao fim do mundo para encontrarmos uma boa história. Por vezes, basta irmos ao fundo da nossa rua, ou até mesmo encontrá-la em nossa casa. Já publiquei narrativas fotográficas feitas em casa, uma delas vencedora de um importante prémio de fotojornalismo.

Há milhares de histórias por este mundo fora. Basta estarmos atentos para as encontrarmos.

5. É fotojornalista, fotógrafo, formador. Como se gerem todas estas funções?

A seguir à melhor fase da minha carreira, como editor de Fotografia do jornal i entre 2011 e 2015, passei por um despedimento colectivo na empresa. A partir daí, tive de procurar alternativas ao fotojornalismo, como freelancer. Fiz Formação de Formadores e descobri uma vocação que desconhecia. Dou cursos de Retrato, Storytelling, Fotojornalismo, Fotografia de Rua e de Viagens.

Passei também a fazer Fotografia Corporativa, de eventos de empresas, sessões de retrato a particulares, para além da minha ligação ao fotojornalismo através da agência Lusa.

Um freelancer tem de se adaptar a múltiplas tarefas, sem um horário de trabalho certo. A minha agenda é diferente todos os dias, tal como o meu escritório. Num dia posso estar no Palácio de Belém, no outro num bairro de lata. Ossos do ofício.

Fotografamos com os olhos, de acordo com a nossa própria personalidade.
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6. É preciso mais do que um bom equipamento para se ser um bom fotógrafo. Na sua opinião, o que o distingue de outros fotógrafos?

Para além do factor técnico, uma fotografia faz-se primeiro na nossa cabeça. Quando aponto a câmara, já sei qual o enquadramento que vou fazer e o que quero captar. Fotografamos com os olhos, de acordo com a nossa própria personalidade. Como costumo dizer aos meus formandos, o que faz a diferença no nosso trabalho são duas características-chave: sensibilidade e criatividade.

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7. Tem transmitido este gosto pela Fotografia aos seus filhos e a quem o rodeia?

Tenho muita pena de o dizer, mas os meus filhos (já adolescentes), não sentem o mínimo interesse pela Fotografia. As suas vocações são totalmente diferentes, pelo que lhes resta seguir o seu próprio caminho.

A forma como tento transmitir a minha paixão pela minha profissão é na partilha das minhas experiências pessoais, inspirando outros a seguirem o mesmo caminho, ou a encontrarem motivação nos seus próprios percursos. É isso que vou fazendo, por exemplo, no LinkedIn. Como costumo dizer, o objectivo é “inspirar para ser inspirado”.

Para saber fotografar, é preciso saber olhar.
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8. No que diz respeito à formação, como é que um fotógrafo consegue evoluir?

É essencial acompanharmos o trabalho de outros fotógrafos, nacionais e estrangeiros, e aprendermos uns com os outros. Um fotógrafo tem de treinar constantemente o seu olhar, quer através de publicações impressas, quer através de sites, exposições, cinema. É daí que surge a nossa inspiração e o que nos faz querer melhorar sempre o nosso trabalho.

9. Que projectos tem para o futuro da sua carreira?

Sendo freelancer há vários anos, ambiciono adquirir outro tipo de estabilidade profissional através de um projecto sólido e desafiante. Não é fácil começar os meses sem saber quanto irei ganhar até ao dia 30/31.

Há colegas que gostam de trabalhar por conta própria e que não trocam essa liberdade por um contrato fixo. Eu, que já estive em ambos os lados, preferia ter outra segurança, desde que me identificasse com o projecto e a equipa, no âmbito da Fotografia.

Ser freelancer, apesar do que muitos pensam, não é fácil.

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10. Qual é o melhor conselho que pode dar aos aspirantes a fotógrafos e fotojornalistas?

​Habitualmente digo que, hoje em dia, todos tiram fotografias, mas poucos fotografam.

Para saber fotografar, é preciso saber olhar. Ter humildade, criatividade, paciência, curiosidade, empenho e uma dose gigantesca de prazer em pegar na câmara fotográfica. Sem paixão não se consegue ser um bom fotógrafo ou fotojornalista.

O acto de fotografar, de gravar um momento, será sempre uma das bases mais fidedignas para se contar uma história.

11. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que desenvolve e fabrica quiosques multimédia, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais para todo o tipo de indústrias, que relevância pode ter, a seu ver, a Fotografia, na estratégia digital da empresa?

​Essa é uma pergunta para um milhão de dólares. Utilizando eu a Fotografia diariamente como meio de expressão, de comunicação, sou suspeito para falar, mas fotografar é informar, mostrar, fazer sonhar. É criar memórias. O mundo pode evoluir a uma velocidade estonteante.

Já passámos da fotografia analógica para digital, mas o acto de fotografar, de gravar um momento, será sempre uma das bases mais fidedignas para se contar uma história. Acredito que a história da PARTTEAM & OEMKIOSKS também é e será sempre feita de imagens.

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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