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Pedro Moreira - Gestor do Centro Coordenador de Transportes de Braga

Pedro Moreira

Gestor do Centro Coordenador de Transportes de Braga

Natural de Barcelos e com experiência na área dos Transportes, Mobilidade e Planeamento Urbano, Pedro Moreira é, actualmente, gestor do Centro Coordenador de Transportes de Braga.

Além disso, Pedro Moreira é engenheiro sénior na Divisão de Tráfego e Mobilidade do concelho de Braga, responsável pela coordenação de projectos europeus (URBACT, CIVITAS, EIT Mobilidade Urbana, Eurocities, CEF-CALL Quadrilátero Urbano).

Licenciado em Engenharia e Gestão Industrial e mestre em Transportes, Pedro Moreira é o convidado especial da série Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. Pode falar-nos um pouco da sua jornada e experiência profissional?

A minha jornada profissional é muito marcada pela opção académica. O curso de Engenharia e Gestão Industrial permitiu-me uma visão transversal dos principais problemas com que se deparam as organizações dos mais diversos sectores de actividade.

Assim, tive a oportunidade de, nos primeiros anos de actividade profissional, estar ligado à indústria, numa multinacional e numa PME, com funções nas áreas da produção e do planeamento.

Posteriormente, poder complementar essa minha formação de base com um mestrado em Transportes foi a possibilidade de aprofundar conhecimento numa área que já em 2008 mostrava que seria um dos mais prementes assuntos na vida das cidades.

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A especialização nesta área mostrou ser uma mais valia para o meu desenvolvimento profissional, permitindo-me desenvolver actividade num sector cujo desenvolvimento me entusiasma particularmente, permitindo-me ser um dos responsáveis por um dos primeiros contratos de concessão de transporte público de passageiros.

Ter a possibilidade de desenvolver trabalho numa cidade que aposta claramente nesta temática e que promove um ecossistema de inovação e de experimentação é um privilégio único. Permite-me também interagir, no meu dia-a-dia, com diferentes interlocutores nacionais e estrangeiros em diversas redes de cidades europeias, que me tornam uma pessoa muito optimista quanto à evolução que o sector da Mobilidade irá experimentar a breve prazo.

2. É gestor do Centro Coordenador de Transportes de Braga. O que nos pode dizer sobre esta função?

A função de gestão do Centro Coordenador de Transportes de Braga é um desafio recente. O Município de Braga assumiu novas competências decorrentes de nova legislação e de novas oportunidades de intervir num elemento crucial no ecossistema de mobilidade da cidade, como é um Centro Coordenador de Transportes.

Surge agora a possibilidade de incutir uma nova visão a um equipamento que sofreu alguma degradação com o passar dos anos, mas que se pode tornar na face visível do Transporte Público em Braga: mais moderno, eficiente, intuitivo e capaz de responder às necessidades de clientes mais exigentes. Reforço da segurança, da informação ao público, da integração, da limpeza ou da imagem revelam-se essenciais.

O Transporte Público sempre teve, tem e terá um papel fulcral nas políticas de mobilidade de uma cidade moderna e cada dia mais sustentável.

O desenvolvimento de Smart Cities é um objectivo transversal a qualquer cidade.

3. De que forma é que o Município de Braga tem contribuído para o desenvolvimento das Smart Cities?

O desenvolvimento de Smart Cities é um objectivo transversal a qualquer cidade. O termo Smart City, muitas vezes associado a tecnologia de ponta (e muitas das vezes reduzido a isso, infelizmente), é um termo que deve ser visto em todas as vertentes que podem tornar uma cidade inteligente: investimento em capital humano e social, incentivando a utilização de tecnologias como facilitador do crescimento económico sustentável, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos, permitindo também uma melhor gestão dos recursos naturais e energéticos.

Braga tem apostado em diversos pontos de sensorização da actividade da cidade, seja em questões de mobilidade e trânsito, seja em questões ambientais, energéticas, sociais e culturais. Esse conhecimento do “terreno” permite agir de forma preventiva sobre os acontecimentos, reduzindo a acção por reacção. Nesta senda, Braga será a cada dia uma cidade mais “smart”.

4. Como crê que tem evoluído o planeamento da mobilidade nas cidades portuguesas?

O planeamento da mobilidade é essencial à vida das cidades modernas. Trata-se, essencialmente, de criar liberdade de escolha aos cidadãos.

As cidades portuguesas têm feito um esforço, até em resposta à legislação recente, de planeamento da sua mobilidade. Contudo, estamos numa fase inicial em muitos locais. Se colocarmos as cidades portuguesas na escala dos Planos de Mobilidade Urbana Sustentável, percebemos que a grande maioria ainda está na 1ª geração de planos, centrada no trânsito e em estudos de fluxos de trânsito automóvel (construção de infraestruturas). Alguns já avançaram para planos de 2ª geração, com o planeamento da movimentação das pessoas e só um pequeno número de cidades portuguesas começam a olhar para os planos de 3ª geração, focados no planeamento da qualidade de vida nas cidades.

Uma mobilidade bem planeada permite optimizar os movimentos dos cidadãos, criando as bases para uma mobilidade urbana sustentável.

5. Que vantagens advêm de uma mobilidade bem planeada?

Uma mobilidade bem planeada permite optimizar os movimentos dos cidadãos, criando as bases para uma mobilidade urbana sustentável. Este é um objectivo que tem assumido protagonismo em todas as cidades da Europa e um pouco por todo o mundo.

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A importância deste tema reside na necessidade de se construírem cidades menos poluentes, mais inclusivas, mais inteligentes e optimizadas ecológica e espacialmente. É também um tema central nas práticas de planeamento e gestão do Município de Braga. O principal objectivo prende-se com a inversão da pirâmide da mobilidade, que consiste na redefinição dos processos de desenho urbano, priorizando o peão, os modos suaves de deslocação, seguidos dos transportes públicos e, finalmente, o automóvel.

6. A edição deste ano da Semana Europeia da Mobilidade teve como tema principal “Emissões Zero, Mobilidade para todos”. De que forma podemos pôr em prática este objectivo?

Esta é a “one million dolar question” do planeamento da mobilidade nas cidades. Todos sabem que a aposta em mobilidade eléctrica, modos suaves e modos colectivos são essenciais a uma mobilidade que promova a redução das emissões de CO2, no aumento da segurança rodoviária e na libertação de espaço para as vivências urbanas e para o redesenho das vias, tornando-se totalmente acessíveis.

O sector dos Transportes, sendo um dos principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa da EU, contribuem significativamente para as alterações climáticas. Devemos olhar para isto não como um problema, mas como uma oportunidade. Mexer nos transportes é algo que está ao nosso alcance, sem efeitos destruidores para a economia, haja vontade e planeamento adequado.

7. Como é que a mobilidade urbana bem planeada e as Smart Cities podem melhorar a qualidade de vida da população?

No seguimento do que respondi anteriormente, quero reforçar a ideia de que as Smart Cities só o serão verdadeiramente com melhoria da qualidade de vida da população. Não existem Smart Cities em que isso não seja o objectivo último. Por mais que se adicione tecnologia a uma cidade, se não melhorar a vida da população, simplificando-a, harmonizando-a, tornando-a mais perceptível e acessível, continuará a ser uma “Dumb City”.

8. Que relação existe (ou deve existir) entre uma Smart City e o desenvolvimento sustentável?

Primeiro devíamos falar sobre sustentabilidade. E a sustentabilidade abrange todas as dimensões da vida urbana. Ambiental, social e económica. Estas dimensões são tratadas em conjunto, para que o todo seja o resultado pretendido. Facilmente se percebe que há uma complexidade de temas a serem tratados e optimizados.

Assim, só uma Smart City que coloque ao serviço da população a sua capacidade de recolha, análise, tratamento de dados, de difusão de informação, simulação e previsão dos efeitos colectivos das nossas acções individuais poderá ter sucesso.

9. Na sua opinião, como serão as cidades do futuro?

Não sei. Há coisas em que sei que não falharei: a curto prazo as cidades portuguesas serão mais “limpas”, mais conectadas, mais partilhadas e mais apelativas enquanto locais de vivência. As pessoas são o melhor “sensor” sobre o caminho a percorrer e os hábitos já adquiridos e entranhados levam-nos a concluir que a cidade dos anos 80/90/00 começa a ficar desfasada das pretensões de vida dos cidadãos.

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Como tal e, com o auxílio imprescindível da tecnologia, teremos cidades muito mais centradas nas pessoas, nas famílias e no relacionamento e menos centradas em actividades económicas. Estou convencido de que deixaremos às futuras gerações cidades muito agradáveis para viverem.

A informação e a comunicação são factores fulcrais na prossecução dos objectivos que norteiam uma cidade inteligente.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas para cidades inteligentes e para a área dos transportes, qual é a sua opinião sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS, os seus produtos e a sua estratégia para o movimento das cidades inteligentes?

A informação e a comunicação são factores fulcrais na prossecução dos objectivos que norteiam uma cidade inteligente. Uma cidade feita para e pelos cidadãos.

Assim, a possibilidade de transmitir de forma dinâmica e recolher as informações que as pessoas nos queiram transmitir é essencial. Mupis interactivos são alguns dos equipamentos que melhor servem o propósito, pela proximidade que é possível ter com o cidadão, no espaço público, recolhendo informação que de outra forma seria perdida.

Assim, é vital que empresas como a vossa estejam sempre presentes nas cidades e que consigam estar sempre na linha da frente das opções tecnológicas, para criar valor para a economia e para o ecossistema das cidades.

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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