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Susanna Marchionni - CEO da Planet Smart City no Brasil

Susanna Marchionni

CEO da Planet Smart City no Brasil

Com mais de 25 anos de experiência no sector imobiliário, Susanna Marchionni é CEO da Planet Smart City no Brasil, tendo co-fundado a empresa em 2015, ao lado do CEO global Giovanni Savio.

Tendo iniciado a sua carreira no sector imobiliário em 1996, em Itália, Susanna Marchionni passou a actuar, em 2011, no sector imobiliário brasileiro como CEO, no Brasil, da Planet Smart City, empresa que idealizou o projecto da primeira Cidade Inteligente Social do Mundo – a Smart City Laguna.

Formada pela Faculdade de Economia e Comércio de Turim, Itália, Susanna Marchionni é uma das convidadas especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. Pode falar-nos sobre a sua jornada e sobre a sua experiência profissional, bem como das funções que desempenha actualmente?

Sou formada em Economia e comecei a actuar no mercado imobiliário em 1996, em Itália, com uma realidade bem diferente da que temos aqui no Brasil. Na Europa, o défice habitacional não é tão acentuado, então a maioria dos projectos em que participei lá foram de reforma ou fraccionamento.

Em 2015, cheguei ao Brasil para dar o pontapé inicial na nossa primeira cidade inteligente inclusiva: a Smart City Laguna. Completamente apaixonada pelo projecto da Planet de investimento no capital social, desde então tenho coordenado, no Brasil, o desenvolvimento de seis empreendimentos, sendo quatro cidades inteligentes inclusivas no Nordeste e dois projectos verticais em São Paulo, onde iremos lançar mais dois empreendimentos em breve.

Susanna Marchionni - CEO da Planet Smart City no Brasil - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS
Construímos projectos pensados para as pessoas, democratizando o acesso a moradias de qualidade no Brasil e no mundo.

2. Como pode descrever a Planet Smart City? Quais são os principais objectivos desta empresa?

Muito além da classificação de mercado como proptech, a Planet Smart City é uma empresa totalmente focada em impactar vidas. Entregamos muito mais que casas e lotes, porque construímos projectos pensados para as pessoas, democratizando o acesso a moradias de qualidade no Brasil e no mundo.

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Aqui no Brasil, os empreendimentos são construídos de acordo com o poder de compra do público, geralmente classificado em A, B, C ou D, mas para nós isso não existe. A qualidade tem que ser sempre a mesma.

Cada público tem a possibilidade de comprar produtos diferentes, mas dentro da nossa proposta todos terão uma infraestrutura de alto padrão, serviços e espaços compartilhados.

3. De que forma é que a Planet Smart City se consegue destacar no mercado?

Quando pensamos em Smart Cities, a tecnologia é o que predomina na maioria das vezes, com uma integração vertical. Dentro desse contexto, a Planet diferencia-se por ver na tecnologia um meio, não o fim. Para nós, inovação digital e social caminham juntas, mas as pessoas são sempre o foco.

E quando falamos de pessoas, priorizamos inclusão social, cultura e engajamento em cada um de nossos projectos. Infraestrutura, serviços, economia compartilhada e conectividade são essenciais, mas uma cidade só é verdadeiramente inteligente com moradores inteligentes.

Na nossa sede, em Londres, temos um Centro de Competência com profissionais multidisciplinares que propõem, testam e seleccionam as nossas chamadas soluções inteligentes, que são ferramentas de inclusão e interacção com a cidade baseadas em quatro pilares: meio ambiente, infraestrutura, segurança e pessoas. Cada cidade possui um conjunto de soluções totalmente adaptadas ao local onde elas estão.

4. A Planet Smart City foi a empresa que criou a Smart City Laguna, a primeira Cidade Inteligente Social do Mundo. Como surgiu esta ideia e como decorreu este processo?

O conceito de cidades inteligentes inclusivas foi idealizado pelo nosso CEO global, Giovanni Savio, que desde o início tem como objectivo criar cidades que não fossem somente inovadoras, mas também acessíveis. No Brasil, por exemplo, encaixamo-nos na modalidade Casa Verde e Amarela, que oferece subsídios de compra e financiamento facilitado para famílias com menores faixas de renda.

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Descrição: Smart City Laguna - Primeira cidade inteligente inclusiva do mundo

E isso tudo começou, na prática, com a Smart City Laguna, que surgiu de uma forma interessante. Lendo a revista The Economist, em 2011, vi uma matéria que apontava a área do Porto do Pecém, no Ceará, como uma área de grande desenvolvimento. Sem pensar duas vezes, comprei as minhas passagens e vim conhecer de perto a região. Em seguida, encomendámos um estudo da Universidade de Milão que constatou o potencial de crescimento e o défice habitacional, a junção de factores ideal para o nosso projecto.

Apostamos na melhoria da qualidade de vida através do acesso às oportunidades.

5. Como é que as Smart Cities podem melhorar a qualidade de vida da população?

Posso dizer que apostamos na melhoria da qualidade de vida através do acesso às oportunidades. Entre as nossas soluções inteligentes, estão iniciativas de acesso à educação, como os cursos de idiomas e as bibliotecas; ao lazer, como o cinema, o playground, os campos e parques desportivos; e incentivo aos cuidados com a saúde, como as bicicletas compartilhadas e academias ao ar livre.

Além de impactar os nossos moradores, ampliamos ainda mais o nosso alcance com oportunidades para todos com o conceito de uma cidade aberta. Nos nossos empreendimentos, qualquer visitante pode ter acesso aos serviços e espaços comuns gratuitamente. Desenvolvimento e empoderamento, no Brasil e em qualquer lugar do mundo.

6. Que relação existe (ou deve existir) entre uma Smart City e o desenvolvimento sustentável?

Acredito que a cidade é uma extensão das nossas casas e, consequentemente, o meio ambiente também. Por isso, está entre os pilares que sustentam o nosso projecto.

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Oferecemos possibilidades de integrar as pessoas ao lugar onde que vivem, criando uma sensação de pertença que gera responsabilidade colectiva com os cuidados. Ruas limpas, arborizadas, acesso a hortas comunitárias, banco de mudas e energia solar, por exemplo, estão entre as nossas estratégias que impactam as pessoas em diversos níveis como o bem-estar, a saúde e a economia.

7. Como crê que serão as cidades do futuro?

Sem dúvida, com foco nos serviços. As pessoas nas cidades do futuro não irão comprar somente casas ou apartamentos, mas os serviços que estão ao redor. Vejo pessoas que, mesmo morando em casas com 50, 60 ou 60m2, podem fazer festas de 300 pessoas porque têm espaços compartilhados para isso.

Estamos a falar do futuro, mas nas cidades inteligentes inclusivas da Planet, as nossas soluções já trazem tudo isso para o presente. Para trabalhar, para diversão, para estudar ou gerar renda, os nossos serviços compartilhados estão à disposição não somente dos moradores, mas também dos visitantes.

Acredito que a cidade é uma extensão das nossas casas e, consequentemente, o meio ambiente também.

8. Na sua opinião, quais são as principais diferenças existentes no desenvolvimento de uma Smart City no Brasil e na Europa?

Na Europa, o défice habitacional não é uma questão tão significativa como no Brasil. Por isso, os projectos desenvolvidos lá geralmente têm um porte menor em relação às cidades inteligentes daqui.

Em Itália, temos o SeiMilano, com 524 apartamentos, e o Redo, com 615 unidades. Os dois têm uma expectativa média de 1500 moradores futuros. Mesmo menores, esses projectos contam também com dezenas de soluções inteligentes pensadas para uma vida com mais qualidade.

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Outra possibilidade é a proposta de regeneration, que implementa as soluções inteligentes em comunidades já construídas e habitadas. O Quartiere Giardino, em Itália, é o nosso projecto de regeneration mais avançado e com resultados surpreendentes.

Integrados através da inovação digital e da inovação social, os moradores experimentam uma nova forma de viver com mais contacto com a natureza, interacção e economia circular. Antes da implementação das soluções, o Quartiere tinha 200 unidades vazias. Hoje, já temos uma lista de espera para morar no nosso “bairro verde”.

9. O que se pode esperar da Planet Smart City nos próximos anos?

Planeamos chegar à marca de 10 empreendimentos no Brasil e expandir as nossas actividades na América Latina. Nos Estados Unidos, demos início à construção do The District, um projecto inovador de aluguer social que será entregue daqui a dois anos.

Em todo o mundo, trabalhamos fortemente para sermos reconhecidos como líderes mundiais em inovação social e inovação digital com habitações sociais de qualidade que levam empoderamento às pessoas.

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10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas para cidades inteligentes e para a área dos transportes, que relevância tem, na sua opinião, o digital para o desenvolvimento de Smart Cities?

​O digital é fundamental. A pandemia apanhou-nos de surpresa com o distanciamento social e mostrou-nos que quem não estava conectado estava fora da realidade. Nisso, as cidades inteligentes precisam de estar à frente.

Além disso, costumo dizer que o digital empodera porque dá a possibilidade de conhecer e escolher. Antes as pessoas compravam lotes ou casas nos empreendimentos que tinham mais próximos. Hoje, podem entrar na Internet, pesquisar opções, condições de pagamento, ver avaliações e, assim, decidir o investimento ideal.

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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